A inteligência artificial (IA) aumenta a produtividade das instituições financeiras em cerca de 20%, em domínios-chave como desenvolvimento de software, serviço ao cliente e nas tecnologias da informação, de acordo com um estudo da consultora Bain & Company.
Por outro lado, os menores aumentos de produtividade foram registados em finanças, operações e recursos humanos.
O inquérito a 109 instituições financeiras nos EUA mostra como o setor está a aproveitar os benefícios da inovação para simplificar as operações e melhorar a experiência do cliente. Entre as principais conclusões, o estudo refere que ferramentas como os modelos de linguagem avançados já estão a transformar a forma como as equipas de software trabalham, alcançando até 26% mais conclusões de tarefas.
O compromisso do setor financeiro com a IA generativa está a crescer, segundo a análise. As empresas com receitas superiores a 5 mil milhões de dólares atribuíram uma média de 22,1 milhões de dólares em 2024 a atividades relacionadas com a IA e infraestruturas de apoio, ultrapassando o investimento médio de 17,6 milhões de dólares observado noutras indústrias.
No entanto, a implementação da IA generativa não está isenta de desafios. “As empresas do setor financeiro enfrentam preocupações em torno da regulamentação, qualidade e segurança dos dados, o que diminuiu o ritmo de adoção em comparação com setores menos regulamentados”, diz Marcial Rapela, sócio da Bain & Company. De acordo com o estudo, 70% das empresas inquiridas relatam lacunas de talento, especialmente nas áreas técnicas e de conformidade.
O relatório da Bain também destaca uma tendência para a centralização da tomada de decisões relacionadas com a IA. Quase metade das instituições inquiridas adotaram uma abordagem centralizada para definir as suas estratégias e governação de IA, embora muitas optem por descentralizar a execução.
Quando se trata de implementar soluções, a maioria das instituições financeiras prefere desenvolver as suas próprias aplicações em vez de comprar ferramentas externas, citando a falta de opções prontas para o mercado e a necessidade de um maior controlo sobre os seus sistemas.
“O setor financeiro está a liderar a adoção da IA generativa, obtendo ganhos significativos em termos de produtividade e eficiência. Embora ainda enfrente desafios relacionados com a regulamentação e o talento, as empresas continuam a investir fortemente nesta tecnologia transformadora”, afirma Rapela.