João Baião, de 61 anos, marcou presença no ‘Watch.tm’, de Pedro Teixeira da Mota, onde revelou que há espaços culturais em Portugal em que as suas peças não são bem-vindas.

“Há essa mentalidade em alguns espaços de se achar que aquele espaço tem de ser para uma estética muito mais profunda de ‘não queremos cá teatro de entretenimento'”, começou por dizer.

Não vou dizer nomes, mas acho graça que há um espaço onde, mesmo que tu queiras alugar e pagar tu o aluguer do espaço, nem assim to dão. (…) Há pessoas que estão a dirigir e programar porque estão ali por vontade do povo. Um espaço aberto é como um canal de rádio e de televisão, tem de estar aberto às várias propostas”, continuou o apresentador de ‘Casa Feliz’, da SIC.

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“Não têm de fazer avaliações”

Há um programador de um teatro que fez parte de uma banda popular dos anos 80 e 90 em que na altura trabalhou com o Fernando Mendes, fez o espetáculo de comemoração dos 30 anos dele, que é um espetáculo assumidamente de revista. Hoje em dia, sendo ele programador de um dos teatros, é um dos géneros que não aceita e só quer coisas profundo-intelectuais”, continuou.

Não sofro, só lamento é que depois, nas redes sociais, tens as pessoas a dizer: ‘Esteve em Faro, mas depois nós não somos ninguém? Não vêm aqui?’ E não sabem que são as altas cabeças que decidem. Não têm de fazer avaliações, aquela sala é para servir a comunidade. Podes ter lá uma sessão de poesia, uma exposição de pintura e escultura. Podes ter desde o espetáculo mais popular e desde a comédia até grandes autores, rematou.

A mensagem de João Baião para Cristina Ferreira

Texto: André Sousa / Fotos: Redes Sociais e Impala